sexta-feira, 12 de junho de 2009

Participação no 11o. Encontro do Grupo de Joelho de Campinas - SP

Sem dúvidas, esse é hoje um dos maiores eventos da nossa especialidade no Brasil!!
Estivemos imersos durante 2 dias em aulas sobre os mais diversos temas do nosso cotidiano de cirurgiões de joelho, sejam estas teóricas ou práticas, aprofundando cada vez mais os conhecimentos e absorvendo lições dos mais renomados Professores, como Dr. Wilson Mello, Dr. Moisés Cohen, Dr. Gilberto Camanho, Dr. Rene Abdalla, além do grande mestre Dr. Freddie Fu, do Serviço de Massachussets - EUA, sempre com seu show`a parte.
Nossa Equipe foi formada pelos Doutores Marcelo Chacon, Marcos George Leão, Fernando Sequeiros, Eduardo Stewien e eu, o que fez com que nossa estada lá tenha sido muito animada e produtiva.
Com certeza, no próximo ano, estaremos lá mais uma vez, e agora com uma Equipe ainda maior!!!
Estive dias antes, participando de um Simpósio ministrado pelo Grupo AO na cidade do Rio de Janeiro, sobre hastes intra-medulares, tendo o mesmo continuado no Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico, quase concomitante ao Encontro de Joelho. Nesta ocasião pude gozar da companhia de ilustres amigos também. Foram eles: Dr. Nelson Henrique, Dr. Erivaldo Mendonça, Dr. Vanderson Araújo e Dr. Tomás Turner. Obrigado a todos pela amizade, principalmete pelo sofrimento de levar chuva na cabeça, no Maracanã, numa quarta-feira`a noite, pra ver o Fluminense ser desclassificado pelo Corinthians da Copa do Brasil!!! Valeu galera!!! hehehehehehehe... essa eu fico devendo!!! Só valeu pelo Outback mesmo...

Osteotomias que englobam as patologias do Joelho

Osteotomia corretiva da tíbia - fixada com placa tomofix + parafusos

Manutenção da cunha de abertura pelo espassador pra fixação.

Posicionamento dos fios-guia para osteotomia corretiva de acordo com a posição da placa.


Esse é, sem dúvida, um dos mais importantes tópicos a serem abordados dentro das cirurgias do Joelho, uma vez que sua ocorrência não é das mais raras, resultando em grandes dúvidas nos pacientes que a elas se submeterão.
Grande parte dos e-mails que recebo diariamente diz respeito a essas dúvidas, oriundos do Brasil inteiro, e é por isso que escolhemos tal assunto para nossa postagem de hoje.
A primeira distinção a ser feita diz respeito ao elo existente entre sua indicação e as artroplastias, sejam estas parciais ou totais. A dúvida frequente: Doutor, em qual indicação me encaixo, uma vez que apresento esses sintomas? Pensando nisso, dissertaremos abaixo sobre tudo que envolve esses procedimentos.
Quando analisamos um paciente, o primeiro passo após um exame físico cuidadoso é a medida feita em uma radiografia panorâmica do membro inferior, com posterior traçado de uma linha que vai do centro da cabeça do fêmur até o centro da articulação tíbio-talar. Um joelho pode apresentar desvios desse eixo de carga tanto para medial (geno varo) quanto para lateral (geno valgo). Isso reflete que a carga do eixo axial do corpo será maior em determinado ponto que em outro, havendo um desequilíbrio que resulta em sobrecarga e degeneração das estruturas envolvidas (meniscos, cartilagem, ligamentos...). Compare isso tudo com a suspensão de um carro desalinhada, resultando em danos aos pneus, tripóides, discos de freio e embreagem, dentre outros. uma bagunça. Nesse caso, a comparação é verdadeira.
Portanto, imaginem que um desvio para dentro do joelho (valgo) leva a sobrecarga na parte lateral do joelho e a correção passa por um corte no fêmur distal (osso da coxa) trazendo o joelho um pouco para fora (varo) corrigindo as forças. Chamamos essa de osteotomia varizante do fèmur. Do contrário, se o joelho é torto para fora (varo - mais comum), a sobrecarga incide sobre a parte de dentro (medial) do joelho, e a correção será com um corte na tíbia proximal (osso principal da pena, uma vez que há também a fíbula), trazendo o joelho para dentro. Essa é a osteotomia valgizante da tíbia.
As correções do eixo devem ser criteriosas e muito bem planejadas. O quanto de correção em milímetros e graus deve ser predeterminado por um cirurgião experiente e conhecedor da técnica, uma vez que apesar de parecer não é um procedimento fácil de realizar.



Quando existirem lesões ligamentares ou meniscais concomitantes, as mesmas podem ser tratadas no mesmo tempo cirúrgico ou em etapas subsequentes, sempre começando pela correção desse tão importante eixo. A sequencia de realização seria: osteotomia - Reconstruções ligamentares do pivô central (LCA e LCP) - reconstruções dos estabilizadores adjacentes (LCL, LCM, complexo arqueado, capsula, tracto iliotibial e outros).



Esse corte ósseo é iniciado com uma serra elétrica de rotação moderda para evitar necrose óssea, e terminada com osteótomos manuais até que se crie um fulcro contralateral sem romper a cortical oposta. Tal procedimento leva`a correção, que é mantida por placas e parafusos, atualmente cada vez mais avançados e precisos, pemitindo uma recuperação mais tranquila, com marcha precoce e menor agressão a partes moles, pelo implante (minimamente invasivas e de baixo contao periostal) .



Com base em tudo que foi exposto, quando isso tudo não basta e já há grande desgaste articular instituído, com lesão cartilaginosa severa, levando a exposição e por vezes impacção do osso subcondral, em 2 ou 3 compartimentos do joelho, com graus avançados de varismo ou valgismo, além de dor intensa, inclusive em repouso, estamos de frente com a indicação de salvação para uma articulação altamente danificada, a prótese de joelho, já abordada nesse Blog em épocas anteriores. Esses casos são aqueles em que muito tempo se passou sem nada ser feito!!!



Tudo deve ser avaliado por seu médico ortopedista e o tratamento instituído, de acordo com suas manifestações clínicas. Agora lembre sempre... sua ajuda na recuperação é fundamental, seja em que procedimento cirúrgico for!!!

Mutirão do Hospital Geral Adriano Jorge - 2009






Como já havia anunciado neste mesmo espaço, segue em ritmo acelerado o Mutirão de cirurgias do joelho do Hospital Geral Adriano Jorge, capitaneado pelos Especialistas nessa área pertencentes ao quadro da Cooperor-AM.


As cirurgias são realizadas por 3 equipes, cada uma formada por dois médicos, ficando a mesma responsável pela realização de 2 cirurgias por noite, com um total de 6 por dia. O número por semana, então, chega a 30 cirurgias e o mensal a um total de 120 cirurgias. O mesmo está programado para durar 3,5 meses, com um número final de 390 cirurgias.


Sabemos que ainda é pouco, uma vez que as filas de espera individuais, inclusive a minha, chega a aproximadamente duas vezes esse número, mais com a provável prorrogação desse prazo, conseguiremos acabar com essa tão indesejada espera.


As cirurgias realizadas vão desde artroscopias simples (meniscectomias e toaletes artroscópicos) até lesões ligamentares complexas e múltiplas (LCA + LCP + LCL...), dependendo do tempo e da funcionalidade diária da Equipe.


Somos ao todo um total de 18 especialistas, dos quais 15 estão engajados nessa realização.


Agradecemos a Direção do Hospital Geral Adriano Jorge pela iniciativa e a Direção da Cooperor-AM pela otimização da tarefa, além do Governo do Estado, que demonstra assim sua grande preocupação com o caos público que havia se instituído nesse segmento.


Seguiremos firmes e fortes, rumo ao sucesso final traçado no início, podem esperar!!!