quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Planos de Saúde - A realidade.

Resolvi usar esse nosso espaço para esclarecer a alguns pacientes e amigos o porque de não atender mais nenhum Plano de Saúde no consultório... repito: NENHUM (ressalvo para esclarecer que não é só Unimed, como alguns podem pensar)!!!
A verdade é que o médico, quando bem formado, tendo como base Centros de Referência, usou em média 15 anos de sua vida para se dedicar exclusivamente a isso e, portanto, dar ao paciente a segurança de um vasto conhecimento para a determinação de condutas e ratificação de tratamentos. Acredito que uma vez paciente, é isso que você exige do profissional médico quando procura por atendimento e auxílio na resolução de sua patologia.
Então, após um longo período de estudos, com noites sem dormir, acompanhando Professores em plantões, horas intermináveis em laboratórios, participação em Projetos de Pesquisa Científica, investimento próprio em formação (Mestrado, Doutorado...), participação em Congressos pelo mundo... não devemos e não podemos ser reféns de Planos que, como Empresas que são, visam seu lucro pessoal. Não precisa ser muito inteligente para saber que esse lucro, na maioria dos casos, é obtido com a desvalorização do trabalho médico. Para que seja dado um exemplo claro, pense que um médico recebe do Plano, em média, 10% do que receberia em uma consulta particular. Em relação a cirurgia, imagine que esse valor chega a ser menor ainda.
O pior é entender que outras empresas ligadas direta ou indiretamente a ação do médico, como fornecedores de material de síntese (usados nas cirurgias), clínicas de radiologia (radiografias, RNM...) ou laboratórios de análise clínica (exames de sangue, urina...) vivem quase que exclusivamente do fundo gerado pela prestação de serviços aos Planos, cobrando valores exorbitantes para simplesmente "realizar exames". E esses são devidamente pagos pelos administradores desse mesmo Plano, que subvalorizam o trabalho médico.
Portanto, pense bem quando achar que seu médico cobra um valor alto pela consulta particular!!! Ele não usa máquinas para pensar por ele... seu computador é o cérebro... e os programas são seus conhecimentos adquiridos, ao longo de anos e anos de duro estudo e dedicação!!!
Lembrem que devolver a funcionalidade plena de um membro (perna, braço, joelho...) ou salvar uma vida... NÃO TEM PREÇO!!!

A verdade sobre o uso do PRP!!!

Foto 1: Centrífuga ou acelerador. Note o frasco com o preparado.



Foto 2: Aspiração do plasma com as plaquetas.

Antes de começarmos a dissertar sobre o tema, cabe uma conceituação rápida e objetiva da abreviação PRP, que significa Plasma Rico em Plaquetas.


1. Plasma - após a centrifugação do sangue, as células vermelhas (hemáceas) se depositam no fundo do recipiente, enquanto as brancas, plaquetas e o plasma flutuam. Dessa última porção, resulta o preparado que é a base do processo;


2. Plaquetas - células sanguíneas ligadas ao processo de coagulação e que possuem, em seu interior, grânulos ricos em fatores de crescimento;


3. Fatores de crescimento - mediadores da aceleração do processo de cicatrização dos diversos tecidos.


Então, o que se promete com o PRP seria a aceleração do processo de reparação tecidual, com indicação ainda muito restrito e passível de estudos clínicos mais significantes.

Hoje discutimos no mundo inteiro, nas mais diversas áreas da Medicina (Esportiva, plástica, dermatológica-estética...), os princípios para sua indicação, e o que concluímos é que sua ação comprovada existe apenas no tratamento de lesões tendíneas crônicas e musculares.

Hoje há uma indicação indiscriminada, provavelmente por desconhecimento teórico, difundida pelo mundo. Aqui no Brasil já tivemos até apresentação em um programa esportivo na TV, falando de indicações múltiplas e comprovadas, o que ainda foge um pouco da verdade científica.

Trabalhos vêm sendo realizados nos mais diversos centros e em pouco tempo teremos a certeza ao afirmar a ampliação do uso para demais patologias. Hoje, só temos a comprovação da utilização que mencionamos anteriormente.

O processo é caro e demanda um largo conhecimento, com experiência comprovada e adquirida em Centro conhecido e habilitado para tal.


Resumindo: indicado para processos lesionais crônicos em tendões, além das lesões musculares.O uso em fraturas, enxertos ligamentares (como nas reconstruções do joelho) ou demais ainda necessitam de melhor estudo e, com isso, afirmação científica.