terça-feira, 28 de agosto de 2007

Como abordar um POLITRAUMATIZADO

Fratura fechada de fêmur. Mesmo sem exposição, resulta em intenso sangramento, com perda volêmica importante.

Fraturas expostas da tíbia, fíbula (em dois segmentos) e calcâneo em um mesmo membro. Todas foram submetidas a estabilização imediata com fixadores externos.

Note o grau de impotência funcional e instabilidade do membro, além de ferimento corto-contuso na face posterior da perna.


Fixador externo linear posicionado no membro inferior.



Resultado final. Fixador externo, associado a tração trans-esquelética para estabilização ideal.


Outro exemplo de trauma de alta energia, que resultou em fratura-luxação do quadril. Há fratura do rebordo posterior do acetábulo e luxação posterior do quadril.


Direciono esse artigo a todos os meu alunos da UFAM e UEA, já que sem dúvidas esse é o assunto por eles mais aguardado no transcorrer do período letivo.
Começo explicando que toda a rotina do ATLS, táo divulgada por aqueles que trabalham com trauma no nosso Estado, foi idealizada e colocada a prova na prática por um grupo de ortopedistas e cirugiões gerais, visando sistematizar o atendimento e diminuir os riscos de complicações relacionadas ao possível despreparo dos médicos quando expostos a essa situação crítica.
A rotina do ABCDE também é seguida, sem divergências, por todos os ortopedistas no mundo, sendo que a conduta especializada é tomada de acordo com a particularidade do caso.
Visamos antes de mais nada, estabelecer um padrão clínico de regularidade quanto aos pontos cardiovasculares e respiratórios, antes mesmo de iniciar nossa conduta.
Quanto mais segmentos acometidos por fraturas e luxações, amior o risco de complicações associadas ao quadro, como SARA (Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto) ou tromboembolismo.
Cada segmento é abordado de forma objetiva e completa, visando atingir a estabilidade perdida entre os fragmentos fraturados, com consequente restabelecimento da potência funcional do membro. Isso resulta também em maior alívio da dor, com menor chance de evolução para o choque neurogênico. Essa estabilização também diminui os riscos de danos vasculares ou neurais que seriam concomitantes a mobilidade dos fragmentos.
Tudo isso resultaria em maior independência dos pacientes quanto a suas tarefas cotidianas, além de possibilitar sua mobilidade no leito, reduzindo o risco de estase sanguínea e consequente tromboembolismo.
É aí que entram os fixadores externos lineares, tubo-tubo ou circulares, funcionando como mecanismo por onde a carga é transmitida provisoriamente, até que a estrutura óssea seja restabelecida prontamente.

Um comentário:

Unknown disse...

Professor,gostaria de saber depois de qt tempo pode se retirar uma placa com 12 parafusos do femur?meu pai nao conseguiu se adaptar;sente dores fortíssimas na coxa e tem creptacoes durante movimentos.Gostaris que o vc me orientasse:)meu nome e Alessandra Alencar e fui sua aluna de ortopedia priodo passado na uea!agradeço desde já!!