terça-feira, 4 de setembro de 2007

O avanço nas técnicas e materiais das cirurgias do joelho

Tendões flexores (mm. grácil e semitendíneo) já suturados e preparados em 4 feixes. Note a alça do crosspin, que não deixa haver contato com o enxerto.

Parafuso transverso absorvível de fixação femural - Cross-pin.

Tendões dos músculos grácil e semitendíneo - confecção do enxerto de tendões flexores.



Tendões flexores já retirados. Ainda serão submetidos a limpeza e sutura para confecção do enxerto quádruplo.




Parafuso transverso de titânio - Transfix. Note que seu posicionamento é perpendicular ao do enxerto.


Parafuso de interferência absorvível para fixação tibial - Extra-lock.


Posicionamento do parafuso no túnel tibial. Note que após tração manual, o parafuso é implantado paralelo ao tendão.


Imagem que mostra feridas cirúrgicas sob síntese com mononylon.


Ferida de uma artroscopia simples. Somente dois portais, um medial e um lateral ao tendão patelar.



Este é, sem dúvida, o ramo da Ortopedia e Traumatologia onde tivemos o maior avanço das técnicas e dos materiais cirúrgicos.



Quando falamos de patelar, lembramos que o mesmo é resultante da retirada do terço central do tendão, incluindo fragmentos ósseos da patela e tíbia proximal, indispensáveis para fixação do mesmo nos túneis ósseos. Lembramos ainda qua sua fixação femural e tibial se dá com o uso do parafuso de titânio ou aço, chamado de parafuso de interferência, se interpondo entre o fragmento ósseo do enxerto e a porção ósseo periférica do túnel confeccionado anteriormente. Tal enxerto dobra a potência de tensão para 200N ( a do ligamento natural é de 100N). Há ainda os tendões flexores (mm. grácil e semitendíneo), que são retirados e suturados, formando um enxerto quádruplo, também muito efetivo e potente.
Também quanto à fixação houve grandes avanços, uma vez que utilizamos atualmente os parafusos transversos no fêmur, que ficam totalmente interiorizados na massa óssea, cruzando com o neo-ligamento de forma perpendicular, diminuindo o contato com o mesmo, servindo apenas como ponto de ancoragem proximal, sem comprometer sua vascularização e consequente viabilidade. Pode ser de titânio ou material biossintético, sendo este último totalmente absorvível num período variável de 1 a 2 anos. Esse último é conhecido como Cross-pin, e utiliza-se também de uma alça onde o parafuso é posicionado, de forma que não há definitivamente qualquer contato com o enxerto, servindo apenas de ponto de sustentação, deixando livres os bordos do enxerto para o contato ósseo com as paredes do túnel ósseo, facilitando sua integração. Quanto à fixação tibial, usamos o parafuso de interferência absorvível, também conhecido com extra-lock, que com seu desenho inovador permite maior adaptação ao túnel ósseo, por ser deformável, e diminui a agressão por meio de suas estrias ao tendão flexor (enxerto) adjacente. Hé ainda aqueles de titânio, especiais para o caso, mas com eficiência bem inferior.


As inovações também estão presentes no fio que usamos, em relação a matéria-prima (seda, nylon, ...) e ao entrelaçamento de suas fibras, fazendo com que se tornem muito mais resistentes ao estresse de tração e tensão, como o exemplo do Fio de Herculine. Isso permite uma firme sutura entre os feixes tendíneos, contribuindo para integridade estrutural do enxerto e determinação de sua resitência final.



Há ainda os equipos de irrigação intra-articular, hoje dotados de sensores que controlam a saída de água, mantendo a pressão intra-articular sempre ótima e regular para a visualização das estruturas intra-articulares, lesionadas ou não. Com isso, diminuimos a chance do surgimento de uma das mais temíveis complicações pós-operatórias, resultante do estravasamento da água para os tecidos moles adjacentes à cápsula, resultando em extenso edema e dor, que muitas vezes impede a mobilidadev precoce e compromete o resultado final, além do que prolonga o tempo de internação do paciente, para regressão do mesmo. Esse controle é indispensável.


Portanto, tais avanços tornam todo o procedimento muito mais seguro e completo, com resultados excelentes e retorno precoce às atividades de trabalho ou esportivas.

13 comentários:

Zé Miguel disse...

bem Dr. Rafael, tomei a liberdade de ver o seu blog, pois tambem me encontro ligado a medicina desportiva , nao como medico,mas sim como fisioterapeuta.
estou a deixar um comentario, a esta postagem, mas claro que tudo o que comenta, esta bastante esclarecedor e super profissional.
deixo os meus sinceros parabens, e continuaçao de um excelente trabalho.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Finalmente foram esclarecidas minhas dúvidas. Irei fazer uma cirurgia de LCA e estava cusiosa em saber o procedimento cirúrgico. Estava no google procurando e nada...Adorei poder ver as etapas com tudo explicadinho.Muito bom!!!
Gostaria de saber quanto tempo após a cirurgia começo a fazer a fisioterapia com acompanhamento.Obrigada!!

Hugo Antunes disse...

Bom dia. Fiz em 11/12/2008 um cirurgia de reconstrução de LCA do joelho esquerdo e desde então o processo de recuperação estava perfeito.
Depois de 4 semanas começei as atividades de fisioterapia acompanhada e depois de mais 8 semanas fui liberado para começar a fazer exercícios de reforço muscular intenso aliando a pequenas corridas e pedaladas de bike.
Porém, duas semana atrás estava fazendo uma corrida e senti uma forte dor na parte posterior da coxa. Pensei a princípio ser alguma contusão muscular simples, porém, passados alguns dias, a dor se intensificou e ocorreu um aparecimento de "roxos" ao longo da parte posterior da coxa e joelho. Fiquei preocupado e resolvi fazer uma ressonância. Resultado: rotura completa da transição miotendínea do semitendíneo, com retração aproximada de 12,4cm associada a ematoma ocupando este "gap".
O que aconteceu? Será necessária nova cirurgia? Por favor, estou preocupado.
Obrigado, Hugo. (hugo8antunes@hotmail.com)

Cátia disse...

Ola Dr.Rafael, gostava que me esclarecesse uma duvida, fui operada ao pouco tempo á rotula porque estava desnivelada,colocaram-me 2parafusos, e então gostaria de saber se eles pesam, porque ultimamente tenho sentido o joelho pesado, será que é dos parafusos?
deixo neste comentario o meu e-mail para que me possa dar uma resposta(catiamacedo91@hotmail.com)
Sem outro assunto subscrevo-me,
com os melhores cumprimentos

Catia Macedo

Cátia disse...

Ola Dr.Rafael, gostava que me esclarecesse uma duvida, fui operada ao pouco tempo á rotula porque estava desnivelada,colocaram-me 2parafusos, e então gostaria de saber se eles pesam, porque ultimamente tenho sentido o joelho pesado, será que é dos parafusos?
deixo neste comentario o meu e-mail para que me possa dar uma resposta(catiamacedo91@hotmail.com)
Sem outro assunto subscrevo-me,
com os melhores cumprimentos

Catia Macedo

sara sarmento disse...

Boa tarde dr. Rafael.
foi operada de LCA (12/06/2010), estou na fisioterapia a 1 semana e sinto q meu joelho não faz extenção e nem flexão completa. Isso é normal? quando tento fazer a flexão mais de 90º sinto dor na parte posterior do joelho,é normal ou tenho q forçar?
Sara, Maceió/AL
sarasarmento@uol.com.br

Unknown disse...

boa tarde Dr. eu sofri uma lesão de condropatia patelar de grau IV e gostaria de saber se há riscos para essa cirurgia e tem tempo para cirurgia ou tem que ser urgente. agradeço a atenção! Deus abençoe o Senhor!

lane disse...

adorei as explicacoes sobre as fotos, e tambem as suas fotos de aventura ao lado!!show de bola!! rose

lane disse...

adorei as explicacoes sobre as fotos, tecologia de ponta heim!!!show de bola as fotos de suas aventura ao lado heim!!!

lane disse...

adorei as explicacoes sobre as fotos, tecologia de ponta heim!!!show de bola as fotos de suas aventura ao lado heim!!!

Nelson Gonçalves disse...

Dr. Rafael recentemente fiz uma cirurgia no joelho esquerdo, no qual rompi o tendão patelar, gostaria de saber qual o tempo ideal para poder começar a fisioterapia? Agradeço desde já. abraços.

Anônimo disse...

bem Dr Rafael di 12 de junho completo seis meses de cirurgia de lca, minha cirurgia foi feita com um enxerto do tendão patelar fixado co parafusos metalicos, na região da tibia onde foi fixado o parafuso a um grande inchaço será que os parafusos esta sendo rejeitado pelo organismo. agradeço a atenção......